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economia e saúde

A busca por alinhamento entre investimentos,

novos modelos e de financiamento e gestão.

Moderador: Edson Araújo

Debatedores: Izalci Lucas, Vinícius Augusto Guimarães e Renato Ochman

 

Investimentos x gastos

A necessidade por maiores aportes na área da saúde, os efeitos na retração da economia brasileira ante ao fato da pandemia de Covid-19 e o levantamento de dados sobre os gastos com o SUS foram os assuntos abordados pelos painelistas

O mediador Edson Araújo, economista sênior de saúde do Banco Mundial, deu início a mais uma rodada de debates recebendo Vinícius Augusto Guimarães, auditor federal de controle externo da saúde na SECEXSaúde/TCU e Renato Ochman, presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria. Em suas primeiras palavras, Araújo observou os efeitos causados pela pandemia da Covid-19 destacando o fator comportamental de apreensão vivido pela população mundial e também, fornecendo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que reportam 47 milhões casos de coronavírus com mais de um milhão e duzentas mil mortes ao redor do mundo e, no Brasil, mais de 5 milhões de casos confirmados com 161 mil óbitos. “A atividade econômica brasileira contraiu antes de março e a primeira estimativa feita pelo Banco Mundial foi de 8% de queda no Produto Interno Bruto (PIB), mas depois a estimativa foi revista e outro item relevante está ligado ao impacto causado nos índices de emprego, sendo que o desemprego no Brasil chegou ao patamar de 14% nesse período [de pandemia]”, disse o economista.

Ao ser convidado a opinar, Ochman citou as condições necessárias ao sucesso dos investimentos como o caráter de longo prazo e a segurança jurídica, sendo a última de fundamental importância em vista das demandas que podem se reprimir quando não há esse respaldo. Em continuidade, Ochman explanou sobre o conceito da economia 5.0 e disse se tratar da união entre tecnologia, economia e o apelo social. “É um tripé fundamental para o sucesso, principalmente para a área de necessidade médica. Não adianta ter uma grande tecnologia que não vingue do ponto de vista econômico, porque ninguém vai investir e por sua vez, os investimentos não acontecerão se não houver um justificado apelo social”, ponderou. O presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria abordou a questão do volume de investimentos afirmando que Israel destina cerca de 35% ao ano à área de healthcare, em sua avaliação, um grande aporte em recursos. “Uma das peculiaridades do país é que em Israel existe o cientista-chefe com status de ministro, com funções independentes e liberdade de fomento às áreas científica e tecnológica”, comentou.

Em seguida, Guimarães fez considerações acerca do tratamento aplicado pelo Tribunal de Contas da União a respeito das questões econômicas e de saúde com foco na sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS). O auditor federal do TCU conta que, no ano passado, a instituição fez um levantamento para mapear o cenário da sustentabilidade do SUS. Foram analisados itens como: o gasto com saúde em todo o país; cenário fiscal; nível de assistência; o impacto da inflação e da mudança do perfil demográfico; judicialização e; comparativos entre modelos de sistemas de saúde pública de outros países. “Um ponto de atenção é que de 2009 a 2016, em valores atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os gastos com saúde, a expansão do SUS foi da ordem de 15,2%, por outro lado, tivemos um aumento de gastos tributários que atingiu 64% no período. Um dado alarmante”, expôs. Conforme Guimarães, o objetivo do trabalho consistiu apenas no levantamento de dados e não numa análise e formulação de soluções para a questão. “Inicialmente, esse trabalho mostra que há indícios de insustentabilidade do sistema e que realmente é preciso um debate acerca do tema e, complementando a fala do Ochman, é fundamental a questão do investimento em tecnologia para que possamos de fato tornar o sistema sustentável”, destacou.

painel

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