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A tão necessária revolução digital para transformar a saúde

As transformações da tecnologia trazidas pela pandemia

A inovação sempre permeou a saúde. “Mas um evento catastrófico como a pandemia, nos trouxe vários elementos da inovação digital”, ponderou o professor da FEA - Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP), Marcelo Pedroso ao dar início à moderação do primeiro painel do segundo dia do Global Forum – Fronteiras da Saúde edição 2021.

A discussão se deu em cima de como a revolução digital pode proporcionar à sociedade o acesso ao sistema de saúde e participar da discussão de políticas públicas. E o acesso à informação, como mostrou Indiana Torreta, do Youtube Brasil, que mostrou como a plataforma de vídeos colabora na disseminação da informação acessível, com 2 bilhões de usuários conectados, no mundo.

O desafio do Youtube durante a pandemia foi oferecer conteúdo confiável com a busca acelerada por conteúdos sobre covid-19 e para isso fizeram parcerias com instituições como Butantan e Fiocruz para ajudá-los a usar a plataforma para disseminar vídeos criativos e acessíveis.

Para o professor Fábio Moreira, da FIA – Fundação Instituto de Administração, a saúde sofreu um aumento de complexidade nos últimos 25 anos – e não só por causa da pandemia – devido às transformações pela urbanização, envelhecimento e a tecnologia chegou para facilitar isso tudo para o gestor de saúde.

 

A necessidade de assistência durante a pandemia ampliou o foco para a telemedicina, que já vinha em discussão, mas que despontou como uma solução para o atendimento e exigiu agilidade para proporcionar maior segurança jurídica para sua prática.  Em abril de 2020, o Congresso Nacional publicou a Lei nº 13.989/2020, que autorizou o uso emergencial da telemedicina, para possibilitar o atendimento virtual. Logo depois, m junho, a Presidência da República publicou a Medida Provisória n° 983/2020, que regulamentou a assinatura eletrônica e permitiu a emissão e assinatura de atestados médicos eletronicamente, o que facilitou aos pacientes a aquisição de medicamentos com prescrição remota.

Esse é apenas um exemplo de como a tecnologia agiu rapidamente para uma solução. “Mas agora precisamos humanizar o processo, investir em ensino interativo e multimodal para que o médico que está na ponta consiga aprender mais e melhor, sem precisar se deslocar”, afirma o cardiologista Manoel Canesin, da Universidade de Londrina, que criou a plataforma Paciente 360 para dar acesso aos médicos ao conhecimento que ele não tem tempo ou está distante dos centros de conhecimento, e a tecnologia auxilia nesse acesso.

Se os vídeos, para o Youtube são uma ferramenta acessível, para o médico, que está na ponta do acesso primário e trabalha 10 horas por dia, não adianta dar a ele 50 páginas diárias de papers que saem todos os dias com atualizações. Por isso, a tecnologia tem de ser aliada para oferecer aprendizado de forma humanizada e, seja de sua casa ou do local de trabalho.

Paulo Pereira, já atuava em tecnologia há vários anos e se apaixonou pela saúde justamente ao criar uma empresa voltada para o atendimento na Atenção Primária, a ePHealth, que sistematiza dados de 4, 2 milhões de brasileiros em municípios de norte a sul do país. “Criamos uma solução para o agente de saúde, que carregava 500 fichas e hoje reúne tudo na ferramenta, que oferece um mapeamento epidemiológico para as secretarias de saúde, reunindo dados que os gestores não tinham reunidos ou tido contato antes”, afirma.

Com o alcance, vem a responsabilidade e o Youtube, desde o começo da pandemia, estabeleceu políticas para remover vídeos que contêm mensagens falsas ou não confiáveis. E as políticas sobre informação da covid-19 já foram atualizadas mais de 10 vezes e mais de um milhão de vídeos foram removidos da plataforma.

Eles trabalham também com a recomendação de vídeos, possibilitando amplificar conteúdos de qualidade ajudando criadores de conteúdo a se conectar com especialistas renomados, por exemplo. “Se trata de democracia de informação com responsabilidade”, declara Indiana.

 

Mas a pandemia também escancarou a dificuldade de integração de dados e como tomar decisões a partir deles e isso não aconteceu somente no Brasil. “Ou os dados não têm qualidade ou não se integram. Riqueza de dados traz clareza para o gestor tomar decisões e ainda falta muito para a saúde chegar lá”, lamenta Fábio.

Como usar a tecnologia para uma saúde centrada no paciente?

Para Paulo, o aplicativo do próprio cidadão, que conecta os seus próprios dados, seu prontuário e histórico de saúde pode empoderá-lo. “Mas isso tem que ser feito com tecnologia amigável para que qualquer um saiba usar”, declara.

“Conexão, conhecimento, informação e dados”. Essa é a receita para Manoel, mas que ressalta que quem tem poder aquisitivo e capacidade de informação sai na frente, mas essa não é a realidade de 80% dos brasileiros e nem dos médicos. “O médico que está no posto de saúde não tem informação para atender um homem impactado pela campanha do Novembro Azul então não basta dar informação para as pessoas, é preciso instrumentalizar o médico que está na saúde primária”, completa.

O profissional de saúde tem que melhorar sua comunicação para empoderar o usuário. “Se falamos no paciente ser o centro da saúde, temos que dar informação para ele”, acredita Fábio.

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